O que caracteriza um ataque de pânico?

Um ataque ou crise de pânico se caracteriza por um desequilíbrio ou alteração neuroquímica de  alguns neurotransmissores cerebrais como a serotonina e a noradrenalina. No caso de um ataque de pânico, esta descarga de adrenalina prepara o organismo para a luta ou fuga sem que haja uma ameaça específica, ou seja, sem que exista uma ameaça real, se caracterizando por um estado agudo e extremo de medo irracional, em um “curto período” de tempo em que atinge o ápice de extrema ansiedade entre 15 a 20 minutos.

Uma crise ou ataque de pânico é algo terrível. Muitos sintomas advém no mesmo instante e neste momento a pessoa pensa que vai morrer ou enlouquecer,sendo muito comum a procura por emergência, pronto-socorro ou ambulância por queixa cardíaca ou neurológica…Para ser caracterizado uma crise, pelo menos quatro dos treze sintomas devem estar presentes, como por exemplo taquicardia, falta de ar, sensação de desmaio, formigamento nas extremidades, entre outros; e devem vir ao mesmo tempo, causando extremo sofrimento para quem sofre de Transtorno do Pânico.

Alguns sintomas de um ataque de pânico são: Falta de ar, tonturas, tremores, visão turva, náuseas, suores e calafrios, boca seca, ondas de calor, formigamento nas extremidades (mãos e pés), sensação de desmaio, dores de cabeça, agitação,taquicardia (palpitações), sensação de morte iminente, medo de enlouquecer, desrealização e despersonalização.

Vale a pena ressaltar que um episódio isolado de crise de pânico não fecha um diagnóstico de transtorno do pânico. Qualquer pessoa pode ter uma crise isolada em situações de extremo estresse.

Como prevenir um novo ataque de pânico?

Para prevenir uma nova crise, é necessário, sobretudo, que o paciente realize o tratamento farmacológico no tempo especificado pelo psiquiatra. O mesmo vale para o tratamento psicoterapêutico, que deve ser aderido com seriedade, colaborando com a execução das técnicas. A psicoterapia tem um papel nuclear na prevenção de novas crises de pânico, pois através desta, novos padrões de pensamentos, sentimentos e comportamentos promoverão a construção de novas sinapses e a isto em Psicologia chamamos de ressignificação.

Para prevenir uma nova crise, a Psicoedução  é a palavra-chave:

A melhor maneira de lidar com um problema é conhecendo o problema. O melhor meio de enfrentamento de qualquer doença é conhece-la de maneira detalhada, precisa e especifica. Obter todas as informações possíveis acerca do Transtorno de Pânico é fundamental no processo de cura e faz parte das intervenções psicoeducativas.

Profissionais da saúde que trabalham em emergências e pronto-socorros devem estar tecnicamente preparados para identificar um caso de transtorno do pânico. Após a realização de todos os exames clínicos e seus respectivos resultados negativados, deve-se verificar se está ocorrendo abstinência de alguma substancia química ou o uso de estimulantes de maneira excessiva. Isto porque a abstinência e o uso de algumas substâncias podem provocar um quadro clínico de crise do pânico. Caso todos os exames clínicos estejam negativados e seja excluída uma crise de abstinência, poderemos fechar o diagnóstico de Síndrome do Pânico.

Reveja seus hábitos para prevenir uma nova crise:

Hoje, com o “corre-corre” e a competitividade, abdicamos de momentos que são substanciais para nosso bem-estar biopsíquico, físico e social, mas ninguém dispõe de tempo ou prioriza estes aspectos.

Precisamos rever nossos padrões de comportamento diante do estresse cotidiano, intercalando momentos de trabalho e estudo com momentos de lazer saudável, que nos promovam relaxamento e bem estar.

Quando um organismo não está bem, este emite sua linguagem corporal através de sintomas para advertir que precisamos dar uma pausa. O corpo dá sinais de alerta, que desconsideramos porque não podemos deixar de realizar as metas que foram propostas ou impostas pelos outros ou por nós mesmos, e que muitas vezes estao além das nossas possibilidades físicas e emocionais. Quando este pedido é ignorado, o próprio organismo promove esta “parada” através dos estados doentios e sintomáticos.

Por este motivo, é necessário sabermos o que a sintomatologia que o corpo nos está apresentando está tentando nos comunicar. Desenvolver esta escuta corporal pode evitar muito sofrimento, principalmente para as pessoas que possuem vulnerabilidade genética para os transtornos de ansiedade.

Muito importante também é evitar substâncias que ativem o sistema nervoso simpático, tais como a ingestão de café excessivo, dentre outras substancias que contenham cafeína como a teína (encontradas no chá) e estimulantes, como por exemplo o guaraná. Evitar bebidas alcoólicas e cigarro é essencial.

Vale a pena corroborar no que concerne a alguns hábitos dos pacientes, bem como fatores de estresse que precisam ser revistos e que contribuíram ou ainda contribuem para a permanência do Transtorno do Pânico.

Autora
Soraya Rodrigues de Aragão
Psicóloga, Psicotraumatologista, Expert em Medicina Psicossomática e Psicologia da Saúde. Autora em 4 livros publicados. Escritora em vários portais, jornais e revistas no Brasil e exterior.

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