O estresse crônico libera altas taxas de cortisol, sendo uma das causas do envelhecimento precoce, inclusive prejudicando no processo de emagrecimento. Além disto, cortisol em excesso provocado pelo estresse é a causa do famoso “branco” em alguns alunos no momento de exames escolares. Saiba aqui o que é o estresse, como ele age, o que provoca no organismo e quais estratégias de enfrentamento utilizar para uma melhor qualidade de vida.

O cortisol ativa respostas do corpo ante situações de emergência, transmitindo impulsos nervosos ao hipotálamo para ajudar na resposta física aos problemas, aumentando a pressão arterial e o açúcar no sangue, propiciando portanto, energia muscular para a fuga. Por este motivo, o cortisol é chamado de hormônio do estresse. Em proporções normais, este hormônio é fundamental para o bom funcionamento do corpo, melhorando a capacidade integrativa do organismo com o meio, bem como buscando restaurar a homeostase, ou seja, o equilíbrio interno após um evento estressante.

Embora o cortisol seja necessário em nosso organismo, quando este se encontra em excesso no sangue, poderá causar danos à saúde. No caso de estresse prolongado, o organismo terá seus processos fisiológicos desregularizados, podendo causar aumento do risco de: obesidade, hipertensão, diabetes, infarto, derrame, aumento do colesterol, pressão alta, elevados índices de triglicerídeos,
imunossupressão (sistema imunológico baixo), alteração dos padrões de sono, dores musculares, fibromialgia, depressão, entre outros. A exposição a longo prazo ao cortisol resultará na danificação das células do hipocampo, levando a diminuição da capacidade de aprendizagem e colocando em risco os sistemas de cognição.

 

Qual a relação entre níveis de cortisol e estresse?

O estresse se caracteriza como um quadro externo que altera o estado fisiológico de equilíbrio de um organismo, causando disfunções em diversos sistemas do corpo, entre eles, o circulatório, o nervoso e o endócrino.

 

Podemos ter dois tipos de estresse: o físico e o mental

O estresse físico é aquele que agride de alguma forma a estrutura fisiológica do corpo humano. Por exemplo: exercícios físicos desregularizados ou supressão alimentar prolongada. No caso do estresse mental, o desequilíbrio ocorre através da elevação da atividade cerebral e no aumento de neurotransmissores que aumentam o estado de vigília do corpo, propiciando o estado de alerta. Vale a pena salientar que o estresse físico e mental estão intrinsecamente relacionados.

Uma vez que o estresse é pontual, superada a questão, os níveis hormonais e o processo fisiológico voltam à normalidade, mas quando este se prolonga, os níveis de cortisol no organismo disparam, causando, como relatado anteriormente, inúmeros danos a saúde, dentre eles, a memória.

Através deste mecanismo de regulação, explicamos o famigerado “branco” que os alunos tem antes das provas, que sob pressão do estresse não se lembram da questão, mas que depois da prova, vem à tona todos os conteúdos momentaneamente esquecidos.

A relação entre estresse e cortisol é tão grande, que é possível medir o nível de estresse através da taxa de cortisol na saliva. No entanto, o exame mais comum para detectar sua taxa é o de sangue, sendo feito pela manhã.

 

 

Emagrecimento e Estresse:

Diante de situações estressantes prolongadas, o que é caracterizado pelo estresse crônico, o organismo vai acumular açúcar no sangue para prepará-lo para a fuga ou luta. O cérebro traduz a informação de que existe uma ameaça ambiental e por este motivo, o açúcar deverá ser acumulado e transformado em tecido adiposo, principalmente na região abdominal. Por este motivo, quem vive constantemente sob pressão psíquica, não consegue obter bons resultados no processo de emagrecimento, devido ao açúcar constantemente liberado na corrente sanguínea.

Envelhecimento precoce e estresse:

O envelhecimento é um processo normal e faz parte do ciclo de desenvolvimento humano, iniciando-se em torno dos 25 anos, quando começa a diminuição hormonal. O processo de envelhecimento cutâneo é multifatorial e podemos enumerar: fatores genéticos, ambientais, estilo de vida, etc. No entanto, estresse prolongado aumenta o nível de cortisol no sangue além do normal, provocando a oxidação celular que vai produzir radicais livres. Portanto, para ter um envelhecimento saudável, é necessário rever o estilo de vida e saber administrar o estresse. Altas taxas de cortisol é um vilão quando o assunto é rejuvenescimento cutâneo.

E agora, que sabemos um pouco sobre o cortisol e sua relação com o estresse, eis o ponto mais importante, ou seja, o prático: como fazer para equilibrar o nível de cortisol no sangue?

Para termos nosso equilíbrio bioquímico, psicofisiológico e hormonal, é imprescindível adotarmos uma conduta de vida mais harmoniosa seja no campo físico ou mental. Alguns fatores deverão ser evitados, outros, estimulados. Devemos procurar desenvolver uma conduta mais positiva e saudável perante a vida, procurando o autoconhecimento, revendo nossos hábitos e resolvendo nossas questões pessoais e relacionais que são geradores de estresse. Fique atento aos sinais que seu corpo emite, pois o sintoma é a linguagem do corpo. Caso perceba que existe algo errado, procure um médico.

 

Fatores que devem ser evitados:

Privação de sono, exercício físico intenso, fome prolongada (dietas feitas por conta própria, sem acompanhamento profissional), dieta com grande restrição calórica (ocasiona diminuição da massa muscular corporal) e excesso de cafeína.

Fatores que devem fazer parte do nosso cotidiano:

Consumir proteína magra, praticar exercícios físicos (sempre com acompanhamento profissional), ter uma boa noite de sono, fazer caminhadas ao ar livre, meditação, musicoterapia, técnicas de respiração, massoterapia e ioga são bastante recomendáveis. Importante ter uma alimentação rica em Omega 3 (encontradas nos peixes como o salmão e o atum), incluir também magnésio, vitamina C, fosfatidilserina na dieta e fazer psicoterapia.

 

PARA REFLETIR:

Mude sua filosofia de vida, procurando entender a causa do seu estresse. Não existe cura sem mudança interior. Portanto, reveja seus hábitos, pois recursos paliativos não resolvem o problema.

Autora
Soraya Rodrigues de Aragão
Psicóloga, Psicotraumatologista, Expert em Medicina Psicossomática e Psicologia da Saúde. Autora em 4 livros publicados. Escritora em vários portais, jornais e revistas no Brasil e exterior.

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