Assim, como uma espiral;
A essencialidade pulsa em ardentes roupagens que não cabem mais em si mesmas;
Confidências da vida que transpõem desafios que se esvaneceram;
Inicio e términos se encontram em um todo (In)compreensível, em que o percurso se percebia labirinto;
Pois na vida quase nada é linearidade, existir são como fios, teias, onde um sentido imperceptível sobrevive em meio a um emaranhado, caos estruturado;
Pois na vida tudo esta conectado, vinculado;
Quantas borboletas retornaram aos seus casulos para embrionar-se em si mesmas para um novo renascer, constante, continuo e indispensavelmente eterno;
Por que na vida renascer é necessário, não somente para abrir as tendas de uma nova alvorada, mas para sentir o velho em novas aparências daquilo que foi aprendido em novas percepções na constante impermanência da vida;
E eu, Inocente, pensava que o casulo se libertava em borboleta e tudo estava resolvido, era uma etapa superada, em que o novo não retornava ao velho para confrontar-se frente a frente;
Entretanto, tal como o eremita, a emancipação precisa fazer o movimento inverso, retornando ao estado de letargia para promover novos aprendizados na quietude do seu silencio para compreender então o que não foi possível num dado momento;
Hoje as necessidades são outras e o eterno que sempre retorna em si enquanto as vivencias ressignificam resquícios de memórias esquecidas;
Assim, a espiralidade da vida continua no volutear da sua estranheza para nós já tão conhecida;
Contundente e ardente, contemporaneamente amorosa, nos mostrando os despertares da vida;
A vida sempre se atualiza, mas se retepe em sua essencia naquilo que ainda nao conhecemos e que estamos tao habituados como parte intrinseca de nòs;
Assim, como uma espiral.
Autora
Soraya Rodrigues de Aragão
Psicóloga, Psicotraumatologista, Expert em Medicina Psicossomática e Psicologia da Saúde. Autora em 4 livros publicados. Escritora em vários portais, jornais e revistas no Brasil e exterior.