Para ser feliz e progredir em qualquer área da vida, é necessário saber administrar as próprias emoções; a maneira como gerimos nossas emoções irá determinar a nossa qualidade de vida e bem estar.

As nossas emoções são multideterminadas e envolvem fatores abordados pela Psicologia Comportamental: história filogenética (história da espécie), ontogenética (a nossa história de vida), bem como a cultura em que estamos inseridos. Deste modo, a herança genética está diretamente relacionada com o nosso património emocional, da maneira como reagimos a determinados estímulos, desempenhando um papel primordial na história da sobrevivência humana enquanto espécie, tais como comportamentos específicos de agressividade, atenção, foco e estratégia.

Fisiologicamente, participam neste processo o Sistema Nervoso Autónomo, além de estruturas cerebrais específicas. Apesar dos condicionamentos genéticos de base, nós, pessoas, somos os únicos no mundo a ter capacidade de escolha. Podemos decidir a nossa vida, o que queremos, o que desejamos, enfim, o nosso futuro.

Na nossa realidade atual, com as mudanças ambientais e as novas condições culturais, novos fatores entraram em jogo para se viver bem. Hoje, além da sobrevivência física propriamente dita, o Homem necessita desenvolver outras capacidades, tais como: autocontrole, empatia, compaixão, compreensão, automotivação, autoconhecimento, resiliência psicológica, habilidade nos relacionamentos interpessoais, entre outras.

Desta forma, a maneira como administramos as nossas emoções vai definir a nossa qualidade de vida, sendo esta, portanto, uma competência importantíssima a ser desenvolvida, a ser levada a sério.

No entanto, controlar não é o mesmo que reprimir. Não é aconselhável reprimir as emoções, mesmo as “negativas”, pois precisamos consciencializar-nos delas para podermos trabalhá-las devidamente no que for necessário mudar.

Neste caso, o autoconhecimento e o autocontrole emocional, além de uma dimensão individual, possui também uma dimensão coletiva, em que temos a responsabilidade comum com a melhoria do mundo em que vivemos. E o ponto de partida desta melhoria, inevitavelmente, somos nós mesmos. Devemos ter um compromisso inadiável com o nosso progresso espiritual e desenvolvimento de valores, sendo estes norteadores de uma nova realidade que beneficiem todos. Porque, ao passo em que eu mudo, posso também promover mudanças no meu ambiente e nas pessoas, através da sensibilização e do exemplo.

Para refletir:

O desenvolvimento e interiorização de valores humanos, bem como a inteligência emocional são, sobretudo, uma questão de hábito e aprendizagem. O ponto de partida é sempre a auto-observação. Você precisa observar os seus hábitos cotidianos, os seus pensamentos, as ações e as reações orientadas para outras pessoas e para o seu ambiente. As palavras-chave neste processo dinâmico são, portanto: auto-observação, autoavaliação e autoconhecimento, para que sejam promovidas as mudanças necessárias.

Nota: Parte integrante do livro Fechamento de ciclo e renascimento- Este é o momento de renovar a sua vida. Parte 1- Autoconhecimento. Página: 28. @2016. Protegido por direitos autorais, é proibida a reprodução parcial e total.

Autora
Soraya Rodrigues de Aragão
Psicóloga, Psicotraumatologista, Expert em Medicina Psicossomática e Psicologia da Saúde. Autora em 4 livros publicados. Escritora em vários portais, jornais e revistas no Brasil e exterior.

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