O objetivo deste artigo é alertar a população sobre as causas, os sinais e sintomas que podem levar ao desenvolvimento da Síndrome de Burnout, para em caso de identificação com a sintomatologia apresentada, a pessoa possa procurar o tratamento adequado. Apresento também algumas dicas para afrontar da melhor maneira possível esta síndrome também conhecida pela população como esgotamento nervoso, sendo particularmente desenvolvida no contexto do ambiente de trabalho, onde é gerado muito estresse na pessoa por diferentes motivos. Em outras palavras, a Síndrome de Burnout é uma resposta do organismo a uma carga de estresse significativa e duradoura em que a pessoa vai gradativamente perdendo as forças para continuar exercendo suas atividades cotidianas ou estas são realizadas com muito custo físico, cognitivo e emocional, o que ocasiona a redução da quantidade, bem como da qualidade do trabalho até que o indivíduo chegue à completa exaustão.

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Além disto, muitas pessoas, particularmente as mulheres, tem dupla jornada de trabalho. Por outras palavras, além do trabalho fora de casa, muitas também precisam realizar as atividades domésticas que na maioria das vezes não é considerado um trabalho a mais, sendo que este pode ser até mais exaustivo, principalmente quando estas mulheres têm filhos, não importando a faixa etária dos mesmos. Deste modo, é impossível conciliar multitarefas, pois são muitos estímulos simultâneos em que o organismo não dá conta de tanta sobrecarga. Na maioria das vezes, estas tarefas estratificadas e deixadas para depois sequer chegam a ser concluídas, gerando frustração e sentimento de culpa. Sendo assim, é necessário estabelecer o que para cada pessoa é prioridade, necessidade e urgência.

Para explicar melhor como a Síndrome de Burnout funciona, podemos fazer uma comparação da exaustão dos recursos psicofísicos da pessoa com a carga de um celular. Sem a recarga necessária para que o celular continue funcionando, este chega a um ponto critico (sinal vermelho) em que adverte que a recarga precisa ser feita, pois de outro modo, o telefone se desligará por conta própria. Comparativamente, antes do organismo chegar a um ponto critico, este emite sinais e sintomas de alarme. Estas “bandeiras vermelhas” são muitas vezes desvalorizadas e relegadas por questões personalizadas, como por exemplo não ter tempo para cuidar da própria saúde. Vamos conferir estes sinais de alarme?

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Sinais, características e sintomas:

Esgotamento físico e emotivo com tendência à cronificaçao;

Exaustão persistente, mesmo com uma boa noite de sono;

Desmotivação, indiferença, perda de sentido e de realização na função ou trabalho em que é exercida;

Despersonalização, caracterizada por conduta de hostilidade e irritabilidade com clientes ou pacientes;

Baixa autoestima, sentimentos de culpa e inutilidade, o que pode levar a estados depressivos ou mesmo à Depressão;

Faltas freqüentes ao trabalho;

Conflitos interpessoais no ambiente laboral por irritabilidade, impaciência e nervosismo, levando inclusive estes conflitos para dentro de casa;

Insonia ou péssima qualidade do sono;

Dores de cabeça, principalmente as tensionais, devido à constante carga de estresse;

Necessidade de isolamento;

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Vale à pena ressaltar que nenhum cansaço acontece da noite para o dia, sendo um processo contínuo de consecutivas exposições a elementos geradores de estresse e sendo portanto cumulativos para que surjam seus efeitos desagradáveis no organismo. Por este motivo, a pessoa necessita rever o seu próprio estilo de vida e avaliar os deflagradores de sua exaustão, como por exemplo, não se sentir satisfeito ou valorizado na profissão, se sentir sobrecarregado, ter dupla ou tripla jornada de trabalho, não ter momentos de lazer e relaxamento, dentre outros.

Diagnóstico:

Para um diagnóstico preciso da Síndrome de Burnout é imprescindível que o paciente faça uma avaliação multidisciplinar, pois muitas doenças, tais como a anemia, problemas na tireóide, Diabetes, doenças cardíacas, alergias e a Fibromialgia apresentam sintomas em comum com a Síndrome de Burnout. Portanto, o diagnóstico é feito por exclusão de doenças clínicas e transtornos psiquiátricos como a Depressão.

Dicas importantes:

Procure um médico para avaliação através de exames clínicos para refutar possíveis doenças;

Avalie seu ritmo de vida;

Avalie se você se sente insatisfeito, sobrecarregado ou desvalorizado em seu ambiente de trabalho. Em caso afirmativo, é necessário reavaliar sua vida profissional. Lembre-se: nunca é tarde para mudar de local de trabalho ou mesmo recomeçar sua vida profissional;

Estabeleça prioridades: todos temos as nossas limitações e se você insistir em um ritmo enlouquecedor, seu organismo vai se lamentar através de sintomas e sinais, como já foi corroborado;

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Você não precisa passar por isso sozinho. Através do trabalho psicoterapêutico, serão avaliados como se encontram seus recursos psíquicos, considerando as possíveis causas emocionais, tais como conflitos internos e interpessoais, insatisfações para a busca de um novo sentido de vida, bem como possíveis problemas psiquiátricos através de técnicas e instrumentais específicos. Suporte psicológico é um fator importante nesta fase. @soraya.psico

Abraços,

Soraya Rodrigues de Aragão 

Nota importante: Este artigo tem função informativa e psicoeducativa, não substituindo o diagnóstico profissional. Caso se identifique com os sintomas elucidados, procure ajuda médica e psicoterapêutica.

Autora
Soraya Rodrigues de Aragão
Psicóloga, Psicotraumatologista, Expert em Medicina Psicossomática e Psicologia da Saúde. Autora em 4 livros publicados. Escritora em vários portais, jornais e revistas no Brasil e exterior.

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