O que é o Transtorno Impulsivo Intermitente e o que o caracteriza?
O Transtorno Explosivo Intermitente (TEI), também conhecido como “Síndrome do pavio curto”, é um transtorno do impulso caracterizado por episódios de descontrole emocional e dos impulsos, ocasionando ataques de raiva e agressividade, sejam verbais ou mesmo físicos. Os ataques de fúria são desproporcionais ao evento desencadeador, onde ocorre uma manifestação comportamental intensa de impulsividade e agressividade diante de situações muitas vezes irrelevante.
Padrão comportamental dos ataques de raiva:
No transtorno Explosivo Intermitente, os ataques de ira são repentinos, bruscos, não premeditados e seguidos por arrependimento, tristeza, sentimento de inadequação, vergonha social e “ressaca moral”. Indivíduos relatam que no momento da raiva incontida, a “vista escurece”, não havendo controle dos impulsos agressivos. E’ como se fosse uma “bomba emocional”, seguida por conseqüências avassaladoras em todas as áreas da vida do indivíduo. Depois que o momento da raiva passa e a pessoa se sente aliviada, ela “cai em si” e passa a racionalizar a incoerência de suas atitudes, posturas e comportamentos; no entanto, os efeitos permanecem, afetando seus relacionamentos afetivos, ocupacionais e sociais, posto que normalmente as pessoas do convívio tendem a evitar ou mesmo se afastar do indivíduo por ser desencadeador de tensões interpessoais por questões irrisórias.
Perfil de personalidade:
São indivíduos que não sabem administrar as próprias emoções, possuem poucos recursos para lidar com a rejeição e frustrações da vida. Procuram explicar seus ataques de ira atribuindo a culpa a terceiros ou situações percebidas como estressoras. São muito comuns no discurso do paciente após um ataque de ira as seguintes frases: “Ele(a) me provocou”, “Fui injustiçado, tive que reagir”, dentre outras. A questão é que a reação comportamental é sempre desproporcional ao “evento eliciador” que precipitou o ataque de ira.
Quais são as causas?
As causas são multifatoriais, ou seja, fatores genéticos, neuroquimicos (baixos níveis de serotonina no cérebro) e comportamentais são os fatores causais do transtorno. Uma das explicações mais aceitas é o modelo comportamental aprendido através da modelagem de condutas agressivas de figuras parentais importantes, tais como os pais, tios, irmãos e/ou pessoas significativas ou de referencia na vida do indivíduo.
Como é feito o diagnóstico?
Para um diagnóstico preciso, alguns fatores devem ser levados em conta. Os critérios para o diagnóstico do Transtorno Explosivo intermitente são feitos critérios para o diagnóstico do Transtorno Explosivo intermitente é feito por exclusão de outras doenças e transtornos, lesão cerebral, bem como levar em conta a freqüência dos episódios de fúria, com pelo menos dois a três ataques por semana, por um período mínimo de 3 meses ininterruptos, tendo como característica comportamental a reação desproporcional e intensa a problemas que poderiam ser resolvidos com parcimônia e assertividade. Vale à pena salientar que um ataque episódico ou isolado de raiva não é elemento suficiente para diagnosticar o TEI. Além disto, deve-se considerar se o indivíduo faz abuso de álcool e outras drogas licitas ou ilícitas.
Tratamento:
O tratamento consiste na associação de medicação e psicoterapia. Dentre os fármacos se utilizam os estabilizadores de humor e antidepressivos. Na psicoterapia, utiliza-se principalmente o treino de habilidades sociais, técnicas de respiração e relaxamento.
Estratégias de enfrentamento para lidar com o Transtorno Impulsivo Intermitente:
Como já foi explicitado acima, por conta da dificuldade em lidar com os impulsos, sem avaliar os danos subseqüentes, agindo emocionalmente para depois avaliar racionalmente e por conta do conseqüente prejuízo social e relacional, bem como perdas por conta dos ataques de ira, é imprescindível iniciar uma psicoterapia para o indivíduo compreender porque reage desta forma e aprender a gerenciar suas emoções de modo construtivo, aprendendo a lidar com os imprevistos negativos, as frustrações, a raiva, os desapontamentos e decepções que fazem parte da vida de qualquer ser humano.
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Créditos da imagem: Pixabay.
Autora
Soraya Rodrigues de Aragão
Psicóloga, Psicotraumatologista, Expert em Medicina Psicossomática e Psicologia da Saúde. Autora em 4 livros publicados. Escritora em vários portais, jornais e revistas no Brasil e exterior.
Excelente matéria!
Obrigada Ivete
Rica referência estudiosa sobre o tema! A ira é uma manifestação psicológica NEFASTA! “Arrebenta Cérebros” como efeito! A Causa, já sabemos! É UM DOS 7 PECADOS CAPITAIS DO HOMEM.” Não é atoa que GRANDES MESTRES DA PSICOLOGIA vieram HÁ TEMPOS ATRÁS, A MILÊNIOS, nos ALERTANDO, sobre nossos comportamentos BESTIAIS E COMO DESFAZER ESSE MAL PELA RAIZ!
AÍ entra a FÉ! FÉ EM UM SER SUPERIOR AO DRAMA PSICOLÓGICO DE CADA SER HUMANO, ESSES MALES QUE INTIMAMENTE LEVAMOS E NEM NOS DAMOS CONTA DE SUA EXISTÊNCIA, que precisa SER IMEDIATAMENTE TRATADO PARA ADQUIRIMOS ESSA PAZ E FELICIDADE ETERNAS QUE NOSSOS PROFUNDOS SENTIMENTOS ANSEIAM.
Muito bom artigo! É verdade! Esses impulsos surgem de repente sem que a gente perceba. Mas já observei um mim mesma que quando faço o caminho inverso ao momento que aconteceu a explosão, consigo chegar até o momento em que aconteceu algo que desagradou e ao qual eu não elaborei direito, na maioria das vezes foi uma crítica, um desrespeito a um direito meu, uma frustração anterior que não resolvi e até mesmo, o cansaço físico ou mental. Já sofri e sofro com essas situações. Tenho tentado construir em mim o hábito da assertividade, pois percebo que geralmente já me senti violentada, antes reagir de forma excessiva. Muitas vezes digo sim querendo dizer não, abro mão para agradar e garantir a amizade de alguém, e também coloco muita expectativa nas relações e em coisas que muitas vezes não se concretizam. Agora estou aprendendo a dizer, não quero, não posso, não vou, não gosto…
É transtorno Explosivo ou Impulsivo?