O nome resiliência não é antigo, mas seu conceito e importância sempre foi um tema muito debatido desde a antiguidade, sendo hoje mais pertinente que nunca devido aos desafios que estamos enfrentando em todas as esferas da vida a nível mundial.
Em linhas gerais, resiliência humana é a capacidade de suportar a pressão e manejar o estresse do dia a dia, ou mesmo situações agudas, imprevistas e catastróficas como um trauma ou perda súbita, em que a pessoa apresenta performance psicológica adaptativa e onde são promovidos crescimento, aprendizagem e evolução diante das adversidades. Saber como ser resiliente é mais que apropriado para enfrentarmos este momento de crise em que estamos atravessando.
Se pararmos para refletir, tudo à nossa volta nos traz uma mensagem de resiliência. A própria dinâmica da natureza nos aponta uma força intrínseca que luta com garra e que não desiste mesmo diante das piores adversidades, e que através delas trazem grandes oportunidades.
A natureza nos transmite constantemente mensagens de esperança e superação: a chuva limpa as nuvens negras, lava a terra, purifica o ar, nos presenteando o desabrochar dos frutos que nos alimentarão e das flores que adornarão a nossa vida. A lua apresenta suas fases nos mostrando que a única permanência é o constante fluir e suas modificações. Entre pedregulhos sem a menor possibilidade de vida, vislumbramos uma pequena flor tímida, que cheia de vitalidade e esperança, se levanta em direção à luz. Mimos da vida! Nos lugares mais inóspitos do nosso planeta, a vida desabrocha, se adapta, resiste.
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Para refletir:
A pessoa resiliente tira o foco das “trevas” e busca sua luz interior, tendo em vista que um posicionamento otimista é o caminho necessário na dinâmica da positividade. Contudo, este movimento não é mecânico, no qual se tem “consciência” de que é necessário “substituir” pensamentos “negativos” por “positivos”. Não existe troca, existe ressignificação, mais que isso, transmutação. O resiliente sente em sua totalidade os sentidos, percebendo o mundo com os olhos da alma, colocando em foco aspectos positivos que ele não conseguia vislumbrar, mas que a partir de um momento de insight, foi atribuído um sentido e um significado para aquela vivência. Lembre-se que o atribuir um sentido muda toda a experiência, pois esta não se encontra mais atrelada ao vazio existencial.
Autora
Soraya Rodrigues de Aragão
Psicóloga, Psicotraumatologista, Expert em Medicina Psicossomática e Psicologia da Saúde. Autora em 4 livros publicados. Escritora em vários portais, jornais e revistas no Brasil e exterior.
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