Não hesite em sepultar os restos mortais das vivências que se foram, persista mas não insista com o que a vida resolveu levar de ti e que por mais que se tente, somente te prova constantemente que um ciclo se fechou e se abriram novos caminhos.

Muitas vezes é difícil confessar a si mesmo que algumas vivências continuam tecendo bordados na surdina das ilusões, enquanto acontecimentos vão se engendrando sem que tenham sido escolhas próprias, algo totalmente distinto, alheio e alienado de ti.

Não seja vítima das tuas experiências, tenha poder de escolha e se posicione no que é melhor para ti, mesmo que no início cause algum desconforto, pois este de alguma maneira se fará presente pelo “sim” ou pelo “não”. É preciso se dar conta que é necessário exorcizar teus fantasmas, pois em alguns casos, não adianta barganhar com a vida para que algo sobreviva, para depois somente usufruir de uma meia-vida, uma sombra fugidia e inalcançável do que era vivo e que porventura um dia foi teu, real e inteiro, pois a vida é plena de intensidade, não se vive de metades.

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Decida por amor a ti que não fará concessões que não ressoam entre o teu desejo e a realidade que se apresenta lá fora. Contemple tudo o que a vida pode oferecer de supremo e das potencialidades que brotam dentro do teu âmago, daquilo que pode ser no teu melhor. Não peça para ninguém e nenhuma circunstância da vida uma única falsa gota de esperança, um tempo a mais, uma chance a mais, um consolo a mais.

Que tal ditar as regras da tua própria vida e do teu bem viver sem pretensão ou arrogância, mas com autorresponsabilidade?! Não aceite mais pechinchar por qualquer coisa que seja, de mover céus e terra por situações que não merecem, de tentar se adequar a lacunas para caber na vida dos outros, em estar nos espaços lacônicos das situações da vida, tampouco te permitir ser agraciado pela pérfida pobreza do auto engano em que talvez tu insistes em interpretar como destempero, orgulho ou impaciência.

O auto engano nos destitui de nós mesmos, mas quando não houver mais hesitação em ressignificar tuas situações pendentes, despertarás para a realidade dos fatos. Portanto, não abra mão em deixar escorrer dos teus dedos o que um dia fazia parte da tua existência, para não mais te esconderes das trevas das ilusões criadas por ti.

Seja mais complacente para contigo para conectar-te com tua voz interior contemplando o horizonte das verdades enraizadas no teu coração, em que suas raízes fincaram impetuosas habitando teu íntimo para (re)nascer um novo ser cicatrizado em ti do que ainda se há para se viver.

Autora
Soraya Rodrigues de Aragão
Psicóloga, Psicotraumatologista, Expert em Medicina Psicossomática e Psicologia da Saúde. Autora em 4 livros publicados. Escritora em vários portais, jornais e revistas no Brasil e exterior.

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