Você acredita em tudo o que pensa e sente? Acredita no que te dizem mesmo que não haja consistência ou constatação? Talvez em um primeiro momento você responda que não, mas isso é muito mais comum do que se imagina. Sendo assim, elaborei 7 questionamentos para que você se avalie:

1- Você pensa em algo e traduz do seu jeito, e por pensar, acredita ser uma verdade, um fato comprovado?

2- O quanto uma informação te condiciona a tomar decisões na sua vida sem que você reflita ou questione a veracidade desta informação antes?

3- Você toma decisões importantes condicionado somente por seus sentimentos e emoções do momento?

4- O quanto uma informação mexe cegamente com suas emoções e que psicologicamente podem te deixar “no chão”? Ou mesmo te convencer sem critério algum que você está indo na direção correta, sendo que na verdade você está caminhando exatamente para a “areia movediça”, no sentido de ser ludibriado ou de alimentar falsas esperanças, falsas expectativas, sejam estas internas ou externas?

5- O quanto você é capaz de filtrar uma informação que outras pessoas te falam e questionar através de evidencias factíveis se a mesma condiz com a realidade e que você talvez cegamente já toma como verdade inalienável?

6- Quantas “verdades” que você acredita e conta para você mesmo sobre você e sua vida, já filtradas no crivo do questionamento?

7- Quais certezas você carrega sobre si e que não foram atualizadas?

Acredite, a prática do autoquestionamento e das leituras ambientais podem mudar tudo em sua vida. Dentre elas, poderíamos elencar:

1- Deixar de alimentar falsas esperanças;

2- Tomar a decisão mais acertada ao invés de mudanças bruscas e impensadas que repercutirão durante muito tempo, algumas por toda a vida, deixando de se autossabotar;

3- Fazer um divórcio de um relacionamento estável por conta de uma paixão arrebatadora e que terão dias contados;

4- Romper uma amizade verdadeira por conta de um mal-entendido;

5- Deixar de fazer algo porque acredita que não tem capacidade, etc.

Foto de EKATERINA BOLOVTSOVA no Pexels

Estas são algumas dentre inúmeras possibilidades de resolução que você pode empreender a partir de um julgamento errôneo.

Mas o que há em comum entre todos as questões elencadas acima e que são decididas sem nenhum critério, é que todas levam a um sofrimento desnecessário e algumas vezes duradouro.

Sendo assim, é importante refletir o que lhe chega, antes de tomar qualquer informação por verdade. E quando digo isso, não estou querendo lhe confundir, o objetivo é que você desenvolva seu senso crítico. Sugiro que questione a todos, sem exceção e principalmente a você mesmo, o que você diz para você, o que dizem de você, o que você vê e até mesmo o que você está lendo agora.

Você tem feito esse exercício? Sugiro que questione, questione tudo! E quando me refiro à importância de questionar a todos, não estou em nenhum momento incitando rebeldia, mas sim do desenvolvimento de um posicionamento consciente diante das pessoas e da vida, porque uma pessoa consciente não é manipulável, tem lucidez e sofre menos. E’ preciso saber suas crenças mais enraizadas, pois no que você acredita pode te levar ao “céu” ou ao “inferno”, visto que se conhecimento é poder, autoconhecimento é maestria.

Bem sei que na maioria das vezes é muito mais cômodo estar na zona de conforto, se agarrar a certezas. E’ bem mais “seguro” “pensar formatado”, o que de uma certa forma alivia seu coração com “verdades mágicas” e prontas que acalentam a alma, mas que também afogam a realidade que um dia chega cedo ou tarde através dos fatos. Quais certezas você carrega sobre si e que não foram atualizadas? O que te disseram ontem, pode não ter mais validade hoje e você ainda pode viver do que te taxaram no passado. Provavelmente, você foi uma criança ferida, não validada, em que foi posto em cheque seu valor no mundo, mas você sempre foi especial e único. Contudo, você acredita muito mais no que te disseram e fizeram com você do que a capacidade que você tem de fazer diferente por você mesmo. São questionamentos para você avaliar.

Reflita sobre tudo que foi escrito e adéqüe à sua história. Seja um expectador distante de tudo o que aconteceu em sua vida. Avalie com uma certa neutralidade, como se fosse uma terceira pessoa. Você chegará a reflexões profundas e revelações surpreendentes que certamente te trarão mais clareza, lucidez e uma vida mais bem vivida.

Autora
Soraya Rodrigues de Aragão
Psicóloga, Psicotraumatologista, Expert em Medicina Psicossomática e Psicologia da Saúde. Autora em 4 livros publicados. Escritora em vários portais, jornais e revistas no Brasil e exterior.

Nosso Instagram

Marcar uma Consulta

error: O conteúdo está protegido!!!
× Agendamento online